domingo, janeiro 29, 2006
Pondo a par
(...)
Donana teve um aneurisma. É, foi isso. Esse foi o impecílio. Ela tá bem, eu sempre esqueço de falar isso imediatamente após dar a notícia. As pessoas ficam preocupadas, né? É bom dizer o que houve o como ela tá logo em seguida.
Donana teve um aneurisma, mas passa bem. Foi na noite de Maratona, ou seja, dia 6 desse mes, quando eu te escrevi a carta-relampago. Ela foi pra academia, eu fui pra porta do Odeon. Alguns minutos depois, me liga o bombeiro dizendo q vai levar minha mãe pro hospital, pq ela tá passando mal.
Ela já apresentava sinais esperançosos logo d início, pq oq aconteceu foi grave, mas ela tava falante poucas horas depois, sendo que deveria ter entrado em coma. Dois dias depois, ela foi operada. 13 dias depois, ela voltou pra casa. Pois é, td mt rápido. Os enfermeiros e os médicos ficaram impressionados com a recuperação dela. Todos ficamos.
A gente se sente sozinha quando isso acontece, achando que ninguém tem obrigação d te fazer companhia e te escutar nesses momentos, mas aí a gente quebra a cara e ve que todo mundo, simplesmente todo mundo q vc conhece quer ser útil e te confortar e ajudar de alguma forma. Docinho e meus compadres ficaram aqui comigo. Estão até agora, sendo q meus compadres às vezes têm q voltar pra casa.
Eu fiquei bem. Fiquei bem quando tinha gente perto de mim. Tem amigo meu que chorou e ficou desolado até me ver. Pq eu tava mt bem, deixava todo mundo tranquilo. Assumi esse papel, sabe. As pessoas ficam muito perplexas nesses momentos, sem saber oq fazer, oq pensar, e, quando veem a filha da pessoa bem, ficam mais tranquilos e conseguem seguir adiante. Eu cuidei das pessoas psicologicamente enquanto as pessoas cuidavam da minha mãe e de mim tbm, claro. Mimos são bons. E foram através deles que eu consegui ficar bem. Pq qd eu ficava sozinha, me sentia um lixinho.
Tem um lado chato aí, q tem gente q ñ entende q eu ñ consigo cuidar da Donana cm os enfermeiros cuidam. Aí acham q eu ñ sou boa filha. Aí falam por aí. Essas pessoas são legais, se preocupam, mas simplesmente não sabem que oq tão falando é besteira e me afeta. Qd elas falam isso (às vezes pra minha mãe -com outras palavras, claro), eu me sinto mal pra sair de casa nem q seja pra ir na padaria. Pq, se eu saio, é pq ñ to preocupada com minha mãe. Isso é oq elas acham. Então eu fico presa em casa, sem ter oq fazer, me sentindo um pouco mal.
Na verdade, isso já mudou. Não tá mais assim... Donana me manda sair tbm. O clima aqui voltou a ficar bom.
Mas é isso. Eu só queria falar pra vc oq aconteceu. Qd eu tiver os centavos necessários pra te mandar a carta, juro que mando. Isso deve acontecer semana que vem. Ojalá.
(...)
*Trecho de um e-mail pra srta. Siqueirida.
Donana teve um aneurisma. É, foi isso. Esse foi o impecílio. Ela tá bem, eu sempre esqueço de falar isso imediatamente após dar a notícia. As pessoas ficam preocupadas, né? É bom dizer o que houve o como ela tá logo em seguida.
Donana teve um aneurisma, mas passa bem. Foi na noite de Maratona, ou seja, dia 6 desse mes, quando eu te escrevi a carta-relampago. Ela foi pra academia, eu fui pra porta do Odeon. Alguns minutos depois, me liga o bombeiro dizendo q vai levar minha mãe pro hospital, pq ela tá passando mal.
Ela já apresentava sinais esperançosos logo d início, pq oq aconteceu foi grave, mas ela tava falante poucas horas depois, sendo que deveria ter entrado em coma. Dois dias depois, ela foi operada. 13 dias depois, ela voltou pra casa. Pois é, td mt rápido. Os enfermeiros e os médicos ficaram impressionados com a recuperação dela. Todos ficamos.
A gente se sente sozinha quando isso acontece, achando que ninguém tem obrigação d te fazer companhia e te escutar nesses momentos, mas aí a gente quebra a cara e ve que todo mundo, simplesmente todo mundo q vc conhece quer ser útil e te confortar e ajudar de alguma forma. Docinho e meus compadres ficaram aqui comigo. Estão até agora, sendo q meus compadres às vezes têm q voltar pra casa.
Eu fiquei bem. Fiquei bem quando tinha gente perto de mim. Tem amigo meu que chorou e ficou desolado até me ver. Pq eu tava mt bem, deixava todo mundo tranquilo. Assumi esse papel, sabe. As pessoas ficam muito perplexas nesses momentos, sem saber oq fazer, oq pensar, e, quando veem a filha da pessoa bem, ficam mais tranquilos e conseguem seguir adiante. Eu cuidei das pessoas psicologicamente enquanto as pessoas cuidavam da minha mãe e de mim tbm, claro. Mimos são bons. E foram através deles que eu consegui ficar bem. Pq qd eu ficava sozinha, me sentia um lixinho.
Tem um lado chato aí, q tem gente q ñ entende q eu ñ consigo cuidar da Donana cm os enfermeiros cuidam. Aí acham q eu ñ sou boa filha. Aí falam por aí. Essas pessoas são legais, se preocupam, mas simplesmente não sabem que oq tão falando é besteira e me afeta. Qd elas falam isso (às vezes pra minha mãe -com outras palavras, claro), eu me sinto mal pra sair de casa nem q seja pra ir na padaria. Pq, se eu saio, é pq ñ to preocupada com minha mãe. Isso é oq elas acham. Então eu fico presa em casa, sem ter oq fazer, me sentindo um pouco mal.
Na verdade, isso já mudou. Não tá mais assim... Donana me manda sair tbm. O clima aqui voltou a ficar bom.
Mas é isso. Eu só queria falar pra vc oq aconteceu. Qd eu tiver os centavos necessários pra te mandar a carta, juro que mando. Isso deve acontecer semana que vem. Ojalá.
(...)
*Trecho de um e-mail pra srta. Siqueirida.
Tanta paz pra me dar
A música que nada tem a ver comigo, mas tem mundo e balanço manso:
Onze Dias
Amarantoviski
Eu descobri um mundo teu ele é manso
Sem perceber tive paz e só me dei conta
Quando eu te vi me perguntei como é que vai você
- Tudo bem?
Falta entender o que me faz pensar
Que só ela pode ter tanta paz pra me dar
Ninguém mais tem tanta paz
Eu te vi e cheguei pra falar
- Certinho?
Quando eu te vi me perguntei: como é que vai você?
Onze Dias
Amarantoviski
Eu descobri um mundo teu ele é manso
Sem perceber tive paz e só me dei conta
Quando eu te vi me perguntei como é que vai você
- Tudo bem?
Falta entender o que me faz pensar
Que só ela pode ter tanta paz pra me dar
Ninguém mais tem tanta paz
Eu te vi e cheguei pra falar
- Certinho?
Quando eu te vi me perguntei: como é que vai você?
Sim
Esta, aqui, sou eu tentando descobrir um mundo manso.